Immortals of Aveum é muito melhor do que pensei, mesmo com SÉRIOS problemas – Análise | Review

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Immortals of Aveum é tudo isso mesmo?

Alguns anos após o encerramento da Visceral Studios pela EA Games, surgiu um novo estúdio nas antigas instalações da falecida desenvolvedora responsável pelo nascimento de Dead Space. Esse renascimento ocorreu em 2020 com a criação da Ascendant Studios, liderada por Bret Robins, o diretor criativo por trás de Dead Space e de várias entradas na franquia Call of Duty. A missão primordial do estúdio é produzir jogos de alto calibre no segmento Triplo A, mantendo sua independência e controle sobre as propriedades intelectuais próprias. Contudo, de uma forma curiosa, Robins e seu time fechou uma parceria de publicação com a EA Games, a mesma que fechou a Visceral em 2017.

Sob essa nova bandeira, deram início ao desenvolvimento de Immortals of Aveum, um título que teve seus primeiros vislumbres apresentados por meio de trailers colorifos, repletos de explosões e poderes. No entanto, a apresentação deixou os espectadores confusos sobre a natureza exata do jogo, questionando se se tratava de uma nova encarnação de Destiny, com abordagem online, ou se seria uma experiência single-player. Para complicar ainda mais a situação, Immortals of Aveum ganhou anúncio no The Game Awards de 2022, seguido logo no início de 2023 por uma campanha promocional que culminou com o anúncio da data de lançamento, agendada para a metade do mesmo ano.

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Uma atitude para lá de corajosa e ambiciosa, pois o tempo de marketing que o time do estúdio teria era bem pequeno – e o período escolhido para o lançamento piorou ainda mais. Mas afinal, o game é tudo isso mesmo?

Um projeto ambicioso, mas o que é Immortals of Aveum?

Immortals of Aveum

Immortals of Aveum oferece uma experiência única tanto para os jogadores quanto para os observadores. Tive a oportunidade de testar o jogo durante o Summer Game Fest e também de me reunir com a equipe de desenvolvimento. Na ocasião, compartilhei com eles as percepções do público e da equipe do Combo Infinito sobre o projeto. Certamente o time de marketing estava focado na característica errada do jogo, dando a entender que seria um projeto sem alma. Mas felizmente não é desta forma, e você vai perceber durante este review.

Aveum apresenta um universo onde a magia tornou-se uma parte intrínseca da realidade, e aqueles que não possuem o domínio da magia acabam marginalizados e incapazes de integrarem plenamente à sociedade. No cenário de um conflito persistente entre duas nações, Guerreterna, muitos civis se tornam vítimas desse embate. Entre eles está Jak, nosso protagonista, que vive em condições precárias e subitamente se vê sozinho nesse mundo de injustiças.

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No entanto, Jak exibe um potencial extraordinário para a magia, demonstrando uma habilidade rara de controlar os três núcleos dos poderes mágicos: verde, azul e vermelho. Como um Triarca, Jak acaba rapidamente recrutado por Kirkan, uma líder enigmática, que o orienta sobre a possibilidade de se tornar um ‘Immortal’. Esses são os guardiões deste universo, empregando a magia em uma tentativa de dissuadir a Ferida, um efeito maléfico que a Guerreterna vem trazendo ao mundo de Aveum e que pode acabar com o planeta.

Torna-se aparente que Immortals of Aveum compartilha algumas semelhanças com nosso próprio mundo, explorando o fato de que a humanidade muitas vezes inflige malevolência ao planeta, independentemente das motivações subjacentes.

Um jogo que precisava de mais tempo de polimento

Immortals of Aveum

Immortals of Aveum é um projeto notavelmente ambicioso em todos os aspectos. Sua narrativa é rica e repleta de cenas habilmente elaboradas, apresentando atuações notáveis. Darren Barnet dá vida a Jak, enquanto Gina Torres interpreta Kirkan, exemplificando o calibre das atuações presentes no jogo. Ainda que exista uma sensação ligeira de que o investimento não alcance o nível de outros títulos no mercado, Immortals of Aveum destaca-se pela sua captura de movimentos e expressões faciais. Nesse sentido, ele se destacou facilmente em comparação com muitos jogos que recentemente superaram esses aspectos.

O mundo de Aveum é repleto de biomas bem desenvolvidos, com o aspecto gráfico contribuindo para uma apreciação substancial da qualidade que o estúdio se propôs a alcançar. No entanto, apesar de ter sido desenvolvido através da Unreal Engine 5, persistem problemas que provavelmente poderiam ter sido resolvidos com um período adicional de desenvolvimento.

Versão de PC com problemas?

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Dado que o jogo é exclusivo para a nova geração de consoles e PC, o estúdio conseguiu entregar uma taxa de quadros (FPS) de 60, um fator crucial para jogos de tiro. Entretanto, houve algumas concessões em relação à resolução. Ainda que se beneficie da tecnologia FRS2 da AMD, semelhante ao DLSS da Nvidia, que processa imagens em resoluções mais baixas e as melhorias por meio de Inteligência Artificial, observam-se diversos problemas em todas as plataformas, incluindo pixels distorcidos e uma aparência embaçada.

Tendo jogado a versão para PS5, mesmo com essas deficiências visuais, imagino que a escolha do estúdio de manter os 60 FPS tenha se mantido. E devo dizer que talvez tenha sido a melhor opção, pois percebo que é melhor lidar com um visual abaixo do que o esperado do que a infeliz sensação de quedas de frames que atrapalham muito o ritmo do jogo.

A versão PC não pude testar, mas relatos indicam que Immortals of Aveum precisa de cuidados na plataforma, já que está pesado atualmente. Em relação ao áudio, a dublagem é notavelmente bem executada e os efeitos sonoros das magias são envolventes. No entanto, o aspecto musical carece um pouco, com poucas faixas se destacando.

Seja bem-vindo ao Call of Duty mágico!

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Jogar Immortals of Aveum é como experimentar uma fusão entre Call of Duty e magia, atualizando armas de fogo por feitiços, com pitadas de games de plataforma. Dado que Jak é um Triarca capaz de dominar os três núcleos da magia, o design do jogo é intrinsecamente construído em torno dessa mecânica. Essa abordagem é especialmente notável nas “armas” do jogo, chamadas de selos mágicos.

O selo verde equivale a uma pistola ou artilharia, o selo azul se assemelha a um fuzil ou arma automática (com variações que incluem lanças para arremesso), e o selo vermelho desempenha o papel de uma espingarda ou lançador de granadas, dependendo da preferência de estilo de cada jogador. A escolha dos tipos de selos que mais se adequam a cada cor é o que molda o estilo de jogo individual. Além disso, é possível aprimorar os selos existentes, criar novos e encontrar tipos diversos de armas em baús raros. Essa dinâmica se desenrola no braço direito de Jak, e a jogabilidade resultante é extremamente satisfatória.

Talvez um dos aspectos mais notáveis ​​de Immortals of Aveum seja a maneira como a jogabilidade é combinada com uma exploração repleta de atividades. Na mão direita de Jak, ele pode portar diversos apetrechos que servem para combate, exploração ou resolução de quebra-cabeças. Esses apetrechos podem ser aprimorados em uma força, permitindo que os jogadores busquem vantagens estratégicas contra os inimigos.

Assim, ficar de olho na cor dos inimigos é o melhor caminho para determinar que tipo de selo (arma) você vai usar, já que a cor também determina um elemento e o inimigo que brilha da cor verde, azul ou vermelho, será vulnerável a magia da mesma cor que ele.

O mundo é um grande mistério para Jak

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Em sua jornada, além de diversos inimigos e chefes, você também vai se deparar com muitas portas fechadas. Após muitas horas tentando fazer o que não dava antes da hora, eu resolvi apenas avançar até que eu pudesse ter mais habilidades. Assim, através de portais, eu poderia voltar em cada mapa. Embora não seja de mundo aberto, Immortals of Aveum tem uma estrutura parecida com God of War, onde alguns mapas são quase que hubs para outros. Mas entenda que não chega a ter a mesma proporção, é algo que se assemelha. Então, importante voltar para muitos mapas para tentar adquirir melhores selos, ouro, ou ainda enfrentar chefes secretos – inclusive alguns que só liberados ao final da aventura em um epílogo.

Ainda usando as cores como centro de seu design, Immortals of Aveum é muito inteligente em seu level design, com ambientes bem construídos e com segredos que exigirão muito sua atenção. Além disso, existe alguns portais que levam para desafios de combate que são bem difíceis, mas bem recompensadores. No entanto, confesso que mesmo curtindo muito explorar tudo ao meu redor em um game, não me senti tentado a fazer todas as tarefas de Immortals of Aveum, pois chegou um ponto que eu queria penas entender para onde a história seguia e, assim, foquei em evoluir o que eu precisava para seguir. Dessa forma, terminei a aventura com 17 horas, que podem facilmente virar 25 ou 30 explorando todos os mapas e seus segredos.

A vontade de ser grande fez bem e mal para Immortals of Aveum

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Immortals of Aveum exala paixão. É um jogo com uma estrutura muito semelhante a um Call of Duty com jogo de aventura, com seres gigantes e cenários impressionantes. Mas claramente dá para perceber que o que impediu o time de ir além foi o tempo e os recursos financeiros. O time do Ascendant Studios criou uma mitologia muito interessante sobre a magia de Aveum e como os humanos entraram em guerra com eles mesmos.

Dentro disso tudo, a narrativa consegue nos apresentar outras espécies, boas ideias e muitas reviravoltas na história. Algumas coisas eu consegui prever e outras foram bem legais de ver. Mesmo assim, não torna-se nada absurdo comparado com outros jogos narrativos que temos no mercado e a quantidade exageradas de piadinhas atrapalha na imersão. Jak parece o Chandler de FRIENDS, já que tudo ele tenta fazer uma gracinha e claramente dá para percebermos que ele está, na verdade, nervoso.

Bugs, bugs e mais bugs…

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Já no que diz respeito a sua estrutura e a ambição do estúdio, três momentos cruciais me mostraram que Immortals of Aveum precisava de mais alguns meses de produção. Passei por três bugs muito danosos para minha experiência. Na primeira situação, após jogar todo um capítulo e chegar em uma porta para concluir a missão, a porta simplesmente não abria. Foi preciso reiniciar o capítulo inteiro para, então, chegar na bendita porta e conseguir avançar na aventura.

Na segunda situação, eu estava enfrentando um chefe MUITO importante para a narrativa, quando – do nada – o inimigo começa a criar um ambiente todo inóspito para desferir um golpe avassalador. Porém a animação dele entrou em looping, fazendo com que o chefão ficasse girando a mão sem parar e totalmente exposto para que eu o atacasse. Assim, a dificuldade deste combate foi totalmente para o ralo e passei após atirar 5 minutos sequenciais no inimigo.

A terceira situação foi quase um motivo para eu deixar de jogar o game. Após passar por algumas plataformas móveis, eu caí em um buraco ao errar um pulo. O jogo salva em tempo real e me levou de volta para a última plataforma fixa do cenário. Mas as plataformas móveis, que ficavam girando e eram o perigo que eu tinha que enfrentar para passar para o outro lado, simplesmente sumiram. Assim eu não tinha como pular para seguir em frente. Como eu gosto de “quebrar os games” em busca de seus limites, tentei alguma forma para pular onde eu precisava usando partes do cenário que eu não deveria passar e, então, consegui.

Conclusão

Immortals of Aveum

Immortals of Aveum é uma experiência que vale a pena, e eu sinto que gostei mais do que a maioria das pessoas que avaliaram. A mescla de tiro com magia ficou divertida, segura o game na maioria das vezes. Embora os inimigos não sejam tão cativantes, são diferentes na maioria das vezes e entregam um bom desafio. A narrativa é um dos destaques, com personagens bem desenvolvidos que fazem a gente se importar com eles, mesmo que fique a sensação de que poderia ser melhor em quase tudo. A exploração talvez seja um dos alicerces também.

Ou seja, Immortals of Aveum acerta em seu Game Design, em seu level design. Não é um jogo sem alma em meio a tantos jogos semelhantes e, por pouco, não se torna um game obrigatório. O grande problema em minha experiência foram os bugs de progressão – algo que todo jogo tem, mas o pior deles é o que te impede de continuar jogando. Infelizmente, com Immortals of Aveum eu tive três deles.

Desta forma eu indico o novo game da Ascendant Studios e EA Games (através do selo EA Originals) para quem quer uma aventura leve, até engraçada em alguns momentos, cheio de ação, exploração e personagens interessantes. Mas saiba que não é um projeto super sensacional. É um jogo que faz parte de uma nova iniciativa e de um novo estúdio que ainda tem muita coisa para melhorar.

Assim, por conta de alguns momentos da história, os bugs e a sensação de falta de polimento, Immortals of Aveum é um jogo nota 7,5.

NOTA: 7.5

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