Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é a primeira decepção de 2022 | Análise

Stranger of Paradise

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Souls-like dentro de Final Fantasy deu certo?

Stranger of Paradise foi aquele tipo de aposta que ao sabermos tivemos bastante ceticismo se, de fato, levar o gênero Souls-like para a franquia Final Fantasy daria certo. Após uma beta e uma recente demo, previamente, sentimos que este casamento deu muito certo, porém seu descuido técnico era seu grande desafio.

Dito isso, Stranger Paradise: Final Fantasy Origin tem o grande desafio de representar bem o subtítulo que carrega, embora sendo um spin-off que se passa antes dos eventos do primeiro Final Fantasy para NES.

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Por fim, estive com o título há alguns dias e estou aqui para externar minhas impressões desta produção, fruto da colaboração da Square Enix e da Team Ninja, conhecida pela franquia Nioh e Ninja Gaiden.

Deste modo, o que eu posso adiantar é que Stranger of Paradise é a primeira decepção de 2022. Mas entenda, ser uma decepção não significa que o título é ruim. Neste caso, foi pelo o que deixou de ser. Porém, para você entender melhor, me siga até o fim desta análise. 

Sem localização em PT-BR, não dá Square?

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Pois bem, a primeira decepção que você terá ao começar sua jogatina em Stranger of Paradise é a ausência de uma localização em Português do Brasil. Embora atuando profissionalmente nas inúmeras horas de jogatina com o título, eu estou representando inúmeros consumidores que ainda não sabem se investirão um alto valor no título. Assim, eu não posso fechar os olhos para tal falta de atenção para nosso mercado, que hoje representa um dos, ou se não, o maior Polo da indústria de games da América Latina. Portanto, é inaceitável e inadmissível hoje uma empresa não se preocupar em localizar um produto para o nosso idioma nativo. Não precisa dublar, pois isso requer mais tempo no desenvolvimento e mais injeções de investimento, mas apenas trazer legendas e localizar o game em nosso idioma. Eu tenho certeza que isso é algo simples de se fazer.

Deste modo, como jornalista de games, jogador, sobretudo, consumidor, assim como você que está lendo esta análise, se você não tem qualquer intimidade com o idioma, inglês, espanhol, chinês e francês, não será viável investir seu “suado” dinheiro em Stranger of Paradise. Afinal, um game como este que tem grande foco em narrativa e em seus personagens, será impossível de se conectar com o universo e a trama do jogo. Caso você tenha intimidade com algum desses idiomas, não será nenhum problema, embora a ausência de uma localizações em PT-BR continue sendo uma grande falha deste título, pelo menos para nós brasileiros.

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Por fim, o mais ilógico e inconsistente disso tudo é que a Square Enix sempre localiza seus jogos para nosso idioma e os mais recentes títulos da franquia Final Fantasy, XV e o VII Remake, ambos vieram com tradução para nosso idioma. Em últimas palavras, é decepcionante ver títulos AAA não se atentando para nosso mercado, onde indies, com muito menos investimento tem a preocupação de se sentirem alcançados pelos os jogadores brasileiros.

O que está acontecendo com os belos visuais dos games da Square Enix? 

Recentemente a Square Enix juntamente com a Platinum Games lançaram um produto, Babylon’s Fall, que dispensa comentários, no quesito gráficos, de tão deplorável que foi. Mas o que aconteceu é que um raio conseguiu cair duas vezes no quesito visual para a Square Enix. Stranger of Paradise foi dito por nós aqui do Combo Infinito como uma pedra bruta a ser lapidada, isso na beta disponibilizada após  sua revelação na E3 2021. Dito isso, a Square e a Team Ninja tiveram meses para se atentar e polir gráficos, mecânicas e afins. 

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Contudo, o que é presenciei visualmente em Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é uma falta de esmero em um aspecto que a franquia Final Fantasy intrinsecamente presa, seu fator visual. Basta pegar Final Fantasy XV, lançado em 2016 e você irá notar o quão belo é esse game de 5 anos atrás ainda belo nos dias de hoje em comparação a este spin-off que chegou para a atual geração de consoles, bem como para a antiga. Mas haverá otimistas que poderão justificar: há mais é um título cross-gen, por isso esta baixa no visual. Pois bem, minha análise foi feita no PS5 e presenciei inúmeras – eu falei inúmeros serrilhados em texturas, sombras e nos cabelos dos personagens, por exemplo. E aí como justificar? O que me preocupa, é se está assim em um console de atual gerações, o que dirá no PS4 base. 

Enfim, visualmente falando, o título peca fortemente e é incômodo, pois além dos constantes serrilhados, nas animações in-game, há também quedas de FPS, culminando em expressões faciais nada convicentes. O que, de fato, salva é a direção de arte e o design de personagens, que está sob os cuidados de Tetsuya Nomura, e suas épicas animações em CGI.

Muito Nioh e menos Final Fantasy

Stranger of Paradise herdou o design de níveis e o combate de Nioh, até a animação de corrida do personagem foi algo reaproveitado. Assim, não há como não lembrar do popular Souls-like da Team Ninja quando se joga SoP. E isso não é ruim, pelo menos nos combates é possível sentir o impacto das armas, a brutalidade dos golpes, dos combos e no uso de especiais. Em adição, a dificuldade e a cadência do Souls-like é muito persistente dentro do combate e isso é bem desafiador e satisfatório.

Assim, Stranger of Paradise nos oferece duas classes (no game chamadas de trabalho) para iniciar nossa jornada. Jack, por exemplo, temos a opção de escolher entre dois trabalhos: Esgrimista e Gladiador cada um com seu estilo de combate, armamentos e equipamentos. Ao longo de sua jornada novas classes são desbloqueadas, como derivadas das classes já existentes.

Por exemplo, a classe Esgrimista, quando tem todas as suas habilidades desbloqueadas, desbloqueia-se a classe Berserker e guerreiro. Já a classe Gladiador desbloqueia a classe de Ladrão. Por fim, em certo ponto da sua jornada você poderá mudar de classe e escolher quaisquer das classes disponíveis e assim constituir novas builds, a qualquer momento.

Portanto, todo este malabarismo nas variadas formas de criar builds, para Jack e seus aliados, é o grande ponto positivo em Strange of Paradise. De fato, cada classe traz uma nova ótica nos combates e uma abordagem distinta da qual você fazia antes com sua classe anterior. Em resumo, o combate de Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é dotado de variedade e momentos épicos seja nos combates casuais ao longo de nossa progressão, seja na batalhas contra os chefes, onde ambas as situações estarão regadas por uma trilha sonora que faz jus a franquia Final Fantasy.

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Ademais, outro grande detalhe está no uso de itens por raridade que ficam disponíveis após derrotar inimigos ou quando você abre os baús pelo cenário. Contudo, o problema de adotar este sistema é o exagero de itens disponíveis para uso, onde em sua maioria não beneficiam os atributos de nosso personagem. Assim, o grande erro está em não nos dar a opção de decidirmos o que queremos coletar como uso de um botão. Pelo contrário, somos forçados a coletar itens espalhados pelo cenários, e como resultado, nosso inventário ficará lotado de armas e armadura que não beneficiam em nada na construção da classe de nosso personagem.

Partindo para os cenários, Stranger of Paradise nos oferecerá setores compactos sem nenhuma liberdade e com pouco senso de exploração. O que temos de variado são caminhos alternativos que sempre acabam no caminho principal ou nos levam a baús com itens. É lamentável, com todo o poderio dos atuais consoles termos levels designs lineares, mas isso, com certeza, esta atrelado com a versão da antiga geração, que não suportariam cenários mais abertos e dinâmicos. De todo modo, não há nada que ramifique sua experiência em SoP, tudo oferecido é trivial e nem um pouco variado, a não ser seu combate. Ademais, além das missões principais, temos missões secundárias que reaproveitam o cenário da missão principal com um objetivo específico, a qual lhe renderá equipamentos de alta qualidade.

Em resumo, Stranger of Paradise, em vários âmbitos, tem mais de Nioh do que Final Fantasy de forma limitada e nenhum pouco abrangente.

Destrua o Caos e liberte a humanidade da escuridão

Se você se recorda, eu citei que SoP é um spin-off que se passa antes dos eventos do primeiro Final Fantasy. Portanto, nossa jornada acontece em Cornelia, uma terra coberta de escuridão. Assim, Jack e seus aliados Jed e Ash embarcam em uma jornada para derrotar o Caos. Cada um deles pensa apenas em derrotar o Caos enquanto matam continuamente um monstro após o outro. Eles são considerados os salvadores de Cornelia e detentores dos cristais de cor preta sob a responsabilidade de serem os salvadores que libertaram Cornelia da escuridão, segundo uma profecia.

Bem, o enredo de Final Fantasy Origin não é nada perto dos enredos emocionantes e cativantes dos títulos da franquia FF. Contudo, ele tem aquela breguisse característica da franquia, que particularmente adoro, bem como aquele estereótipo, onde Jack é o herói focado; Jed, o engraçado; e Ash, o americanizado. Assim, a trama se constrói na base de muitas frases de efeito com Jack se mostrando sempre o destemido e Jed buscando um alívio cômico a todo momento. Já Ash é o brutamontes com pouca linhas de diálogos. Ademais, o game faz questão de trazer referências e tenta acrescentar a tudo que nasceu do primeiro Final Fantasy, como essa batalha da Luz contra as Trevas e os famigerados cristais.

Em suma, não espere uma trama do nível dos títulos de Final Fantasy. O que você verá aqui é uma jornada com protagonistas nada carismáticos, muito menos vilões memoráveis

Mas afinal, Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é tudo isso mesmo?

Stranger of Paradise é repleto de problemas, a começar por sua falta de localização em Português do Brasil, algo que vai prejudicar sua visibilidade aqui no Brasil. Em seguida, a falta de esmero na parte visual é algo que manchará sua chegada nos consoles. Assim não há como defender um produto que teve meses até sua estreia e se apresentar com excessos de serrilhados, quedas dss taxas de quadros no modo que prioriza a taxa de quadros. Por fim, tudo é muito linear e sem variedade a não ser o combate, que é a única coisa que a Team Ninja teve esmero em criar, que basicamente foi reciclado de Nioh.

Em resumo, o título continua aquele produto bruto a ser polido, quando jogamos sua beta. O que me parece, é que Square Enix e a Team Ninja subestimaram o potencial do game e por isso Stranger of Paradise: Final Fantasy Origin é a primeira decepção de 2022, em um ano que começou tão bem. Por fim, respondendo o questionamento no início desta análise, não, Stranger of Paradise não representa o subtítulo que carrega.

Afinal, o quão achou? Comente! Por fim, acompanhe tudo que está acontecendo no mundo dos games clicando aqui.

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