Sniper Elite 5 refina a fórmula com erros do passado | Análise

Sniper Elite 5

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Matar nazista pela quinta vez

Nascida na era do PS2 e do primeiro Xbox, a franquia Sniper Elite ao longo dos anos se inovou, se moldou e nos mostrou que não há nada mais satisfatório do que explodir miolos de nazistas, enquanto somos levados em uma aula de história da Segunda Guerra Mundial no controle de um habilidoso franco-atirador. Embora a narrativa sempre estando em segundo plano, e o gameplay sempre preponderando, a franquia sempre se preocupou em contextualizar sua experiência.

Dito isso, nosso mais recente contato com a série de shooter em terceira pessoa foi em 2017 com Sniper Elite 4: Itália. O quarto game inovou seu mecanismo, trouxe mais grandiosidade ao gameplay e deu ainda mais atenção a sua famigerada mecânica, a câmera da morte. E isso nos leva para 2022 com o quinto título da franquia, que nos leva para França.

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Mas será que Sniper Elite 5 é o início do cansaço da série de jogos da Rebellion ou é a prova que a franquia soube se reinventar mesmo estando firmado em mecânicas tão recicladas? 

Da Itália para a França

Após os eventos de Sniper Elite 4, nossa próxima jornada acontecerá em solo francês. Assim, numa França de 1944, durante a operação secreta dos Rangers dos EUA, para enfraquecer as fortificações da Atlantikwall na costa da Bretanha, o atirador de elite Karl encontra a Resistência francesa. Logo eles descobrem um projeto nazista secreto que ameaça acabar com a guerra antes que os Aliados consigam invadir a Europa: a Operação Kraken.

Sniper Elite 5

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Portanto, neste contexto, conforme as missões avançam, mais fragmentos da história são desenvolvidos enquanto tentamos parar os planos dos nazistas de dominar o mundo. Assim, não há nada de novo na história de Sniper Elite 5, a não ser a adição de novos alvos e integrantes à narrativa. Como disse anteriormente, a narrativa sempre esteve em segundo plano. O grande destaque da franquia está em estourar miolos nazistas.

Explore! Vai valer a pena.

Se tem uma coisa que a Rebellion prometeu e cumpriu foi o refinamento em mecânicas anteriores, mas também na evolução que ela depositou no senso de gameplay da franquia. Em SE5, temos mapas maiores, e que possibilitam uma abordagem diferenciada para cada tipo de jogador, regados com inúmeros pontos para exploração. Independente de onde você vá, há uma patrulha ou um local para se explorar, adicionando, assim, mais tempero a essa nova ótica de exploração em Sniper Elite. Algo totalmente diferente de Sniper Elite 4, onde tínhamos já listados os objetos secundários, os opcionais, além do objetivo principal, bem como colecionáveis. Em Sniper Elite 5, tudo vai depender de sua exploração. 

Assim, um objetivo secundário ou opcional só ficará disponível, caso você explore. Desautomatizar estas missões adicionais foi a forma que a Rebellion encontrou para fazer o acostumado jogador de Sniper Elite se deparar com um novo objetivo enquanto explora o mapa, o tirando, assim, totalmente do foco principal, gerando mais tempo no game. Portanto, não há como negar que este é o título mais intuitivo à exploração da série. Mesmo que você não seja um jogador que adora explorar cada canto do mapa, uma vez ou outra você vai se esbarrar com um objetivo opcional ou secundário que irá influenciar, de forma a facilitar, na conclusão do objetivo principal.

Por fim, explorar os quatro cantos de todos os mapas que Sniper Elite 5 lhe renderá muitas horas de gameplay, onde cada local desconhecido sabe recompensar bem sua sede de exploração com colecionáveis irresistíveis e suprimentos indispensáveis para a sua jornada.

Refinado a fórmula

Sniper Elite 5 traz um refinamento de mecânicas, bem como uma plasticidade ao nosso personagem no que tange a sua movimentação, e ações relacionadas ao manuseio de armas e sua interação no cenário. Assim, Karl agora entrará em posição de cobertura, ao melhor estilo Gears of War, ao encostar em paredes ou em qualquer obstáculo que lhe proporcione uma cobertura. Ademais, a câmera da morte trouxe mais detalhes anatômicos durante todo a apresentação visceral que se inicia da saída da bala de seu rifle até entrar em contato com quaisquer que seja a parte do corpo de um nazista.

Em adição, a Rebellion decidiu dar mais profundidade ao seu gameplay com uma personalização de armas mais robusta. Assim, o estúdio criou as bancadas nesta nova entrada. Seja durante os capítulos ou antes de iniciá-los, você pode personalizar suas armas com inúmeras peças alternativas que influenciam de formas positivas ou negativas seu desempenho em seu rifle, na sua submetralhadora ou em sua pistola. Portanto, este detalhe dado na customização do armamento lembra muito o armeiro do multiplayer de Call of Duty com todo aquele gerenciamento das peças para sua arma com os “prós e “contra”.

Por fim, há três árvores de skills que são desbloqueadas conforme você ganha pontos de habilidade durante sua jogatina. Todas as habilidades trazem de forma explícita influências quando ativadas e trazem uma vantagem a mais ao seu personagem.

A grande falha de Sniper Elite 5 está em herdar problemas do passado

Depois de comentar que Sniper Elite 5 foi um refinamento e evolução da fórmula da série, algo que impactou bastante a forma de se jogar o game, o mesmo apresenta uma gravíssima falha, herdar os mesmos problemas presentes nos títulos anteriores. Portanto, enquanto jogava foi perceptível problemas de física, onde inimigos entravam na parede e atravessavam objetos. Ademais, essa falha soma a falta de esmero nas animações e no detalhamento dos personagens. Chega a ser ridículo, de causar vergonha alheia, ver Karl e outros personagens apresentarem um lip sync mecanizado sem nenhuma expressão facial e uma estética de olhos idêntica a de uma boneca de plástico.

Assim, ver este desleixo criativo é inaceitável para um game que faz jus dos atuais consoles, onde traz uma apresentação, pelo menos em suas animações, abaixo dos consoles da geração passada. Em resumo, o que fica claro é que a Rebellion está mais preocupada em dar mais atenção ao seu gameplay – que não posso negar, é gostoso de se jogar – do que em personagens que ocupam pouco tempo de tela. Contudo, do jeito que está, beneficiando apenas um segmento e prejudicando outro, não deu ao título uma apresentação além da esperada. Sniper Elite 5 poderia ter tido uma apresentação melhor da que presenciei, porém trazer evoluções em apenas um âmbito foi uma decepção em minha experiência com o novo game da franquia.

Mas afinal, Sniper Elite 5 é tudo isso mesmo?

Além do modo campanha, há três modos online: o multiplayer tradicional, o co-op e a “Invasão do Eixo”, onde um jogador entra no jogo de outro jogador como um franco atirador invasor para nos eliminar, mecânica esta bastante semelhante como o multiplayer da franquia Souls e o modo online de Deathloop. Enfim, todos estes modos adicionam mais horas de jogatina e seu gameplay, além da experiência single player.

Em última análise, Sniper Elite 5 refinou mecânicas já conhecidas e trouxe evoluções que agregaram em minha experiência com o game. Contudo, o retorno dos problemas presentes nos games anteriores deixa claro a falta de preocupação que a Rebellion tem em qualquer segmento que não pertença ao gameplay da franquia. Só espero que os próximos capítulos da jornada de Karl para parar os nazistas tenham personagens mais realistas e não bonecos de plástico durante as animações. E que o produto seja uma experiência satisfatória em todos os seus âmbitos e não apenas em atirar em nazistas.

Afinal, o que achou? Comente! Por fim, acompanhe tudo que está acontecendo no mundo dos games clicando aqui.

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